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sexta-feira, junho 01, 2007

Imortalidade e imortalidade risível

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"O [presidente venezuelano, Hugo] Chávez tem que cuidar da Venezuela, eu tenho que cuidar do Brasil, o [presidente dos EUA, George] Bush tem que cuidar dos Estados Unidos e assim por diante."
A cada semana que passa, mais clara fica a diferença entre Lula e Chávez. O presidente brasileiro, um líder que tem noção do que é liderança, das responsabilidades que isso implica, da grandeza que exige. O venezuelano, um chefe de estado que até merece respeito, mas, como líder, um fanfarrão que pode estar cavando a própria sepultura sem saber, de tanta fanfarronice.
Isso me lembra A Imortalidade, de Milan Kundera: uns nascem para a imortalidade, outros para a imortalidade risível.
(a matéria da Agência Brasil que contém as aspas acima estão aqui).

11 comentários:

Anselmo disse...

você tem noção de que você usou o adjetivo que a Veja usou para se referir ao Chávez quando o golpe de 2002 se deflagrou?
e não entendi exatamente em que a frase mostra que o lula é tudo isso aí que você falou.

apesar disso, não discuto que o Chávez é populista. E considero também que o Lula tem sua dose de populismo que não é de orgulhar ninguém.

Glauco disse...

Lula foi acaciano, pra variar... PPelo menos não disse seu bordão predileto "nunca na história da República...". Também não entendi o que a frase diz que faz um tão superior ao outro.

Anônimo disse...

vc acha que, se o chavez cuida da venezuela, o lula do brasi le o bush dos estados unidos, eu tenho que cuidar da minha casa e cada um dos manguaças da sua?

ou pra manguaça o que vale é cuidar de seu lugar no boteco?

Glauco disse...

Aliás, só um detalhe: se cada um cuida do seu quintal, porque os senadores brasileiros se insurgiram contra Chávez em comentários que só insultam o mesmo? A mídia brasileira, a mesma coisa. Outro dia, ouvi dois comentaristas na CBN chamando o Chávez de ditador, embora isso não seja exclusividade deles.

Anônimo disse...

certa vez, quando eu trabalhava no sindicato dos metalúrgicos, ia escrever um editorial pro jornal do sindicato sobre o Chávez. O Jorginho chegou e disse: "tudo bem, se quiser escreva, mas tem que dizer que nós prezamos a democracia... Se o Chávez sofreu uma tentativa de golpe agora, ele também tentou dar um golpe lá atrás, o que quer dizer que ele não preza tanto assim a democracia". O pensamento maniqueísta é curioso.

Quanto à Veja ter usado o adjetivo, foda-se a Veja. A Veja não inventou os adjetivos nem muito menos a gramática.

Glauco disse...

Realmente, o pensamento maniqueísta é curioso... O democrático também. Tem gente até mesmo que defendia o Brizola que afirmou, mais de uma vez, que a primeira medida que tomaria se eleito presidente da República seria fechar a Globo. Com base em quê? Não sei. Esse era um democrata....

Anônimo disse...

PS: falei de maniqueísmo acima porque me lembrei que já houve essa discussão aqui meses atrás. Acho que o que o Jorginho falou é perfeito. Não acho que, por ser de esquerda, eu deva mitificar o Chávez. Não acho o Chávez confiável só porque ele enfrentou (palmas pra ele) as oligarquias venezuelanas. Conheço mais de uma pessoa de esquerda (que nem são de Veja nem são babacas) que já disseram que o Chávez "é golpista" e "fanfarrão".

Não consigo ver assim: Chávez é o bem e ponto.

Anônimo disse...

Brizola também tinha suas fanfarronices, era de esquerda, era populista e eu votei nele. Por que vou ser rotulado por isso?

Glauco disse...

Não, Edu, leia o comentário e veja que ninguém quer te rotular, nos comentários argumenta-se a respeito do que foi dito no post e só. Claro que você foi chamado à discussão pra esclarecer com base no que o Brizola queria fechar a Globo. Antipatia pessoal dele com a rede? Porque, ao contrário de Chávez que não renovou a concessão da RCTV com base em legislação anterior a seu governo (motivo das críticas que vieram do senado que não teve pudor em intervir em assuntos de fora do Brasil), o ato prometido de Brizola (que obviamente era uma bravata que não iria se concretizar) não era fundado em qualquer lei. Por conseguinte, ato autoritário e ditatorial. Acho que ser populista pregando algo irrealizável ou só realizável por ato autoritário muito, mas muito mesmo, mais periogoso que declarações "fanfarronas". É só essa argumentação.

Anônimo disse...

Da sabedoria popular: "democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim".

Anselmo disse...

graças a deus que a veja não inventou a gramática nem os adjetivos. só acho que alguns termos ficam identificados demais com certos contextos. é como chamar alguém de baderneiro...

estou certo de que conseguimos usar outros adjetivos pra se referir ao Chávez... seja demagogo, seja populista, pimpão, farfante, blasanador, gabarola, jactante, seja presunçoso... enfim.

Viva o Houaiss.